sábado, 28 de maio de 2016

PRECISAMOS FALAR SOBRE O ESTUPRO

Desde ontem estou inquieta e ansiosa. 
30 homens não só estupraram impiedosamente uma adolescente carioca de 16 anos... 
Como ainda filmaram e compartilharam nas redes sociais...

Segundo estimativas apenas 35% dos casos de estupro são relatados - por motivos óbvios!
Vergonha; desintegração; medo; angústia; dor física, emocional e espiritual!
Uma mulher estuprada nunca mais será igual.
Nos últimos 3 anos tivemos uma média de 50.000 casos de estupro notificados. 
Totalizando aproximadamente 142.000 acontecidos...

Como podem 142.000 mulheres serem estupradas anualmente no Brasil?
É este o país que eu vivo? É este o país a quem dedico meu trabalho, meu amor, minha missão de vida?
Onde estou errando? Porque sou tão incapaz?

Acho que cada uma das mulheres e cada um dos homens do Brasil deve se perguntar isto.
Eu sei onde estou/estava errando: no silêncio!

Nunca fui feminista, pois acredito em homens e mulheres vivendo harmoniosamente.
Mas errei em ir muito para o lado de lá. 
Para sobreviver nessa selva brasileira quase virei homem (do tipo machista)...
Sufoquei por muitos anos meu lado feminino.
Mas fez parte da minha caminhada.
Não mais quero toda esta "agressividade".
Não mais quero toda esta "competitividade".
Só nos leva à esta sociedade podre na qual estamos vivendo.

Quem não se reconhece em alguma das cenas deste video divulgado pelo movimento "Empodere duas Mulheres": 

Precisamos falar que o estupro começa com o nosso silêncio.

Ontem só consegui dormir quando acendi uma vela verde para a menina dos 30 e todas as 142.000 mulheres estupradas anualmente no Brasil.

Mas já não basta só rezar.

É tempo de falarmos sobre o estupro.
Que começa com o patriarcado.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

Salve Iemanjá! Salve Nossa Senhora dos Navegantes!

Sou porto-alegrense e em 53 anos de vida nunca tinha estado na procissão pelo Guaíba.
Hoje estive lá. Acabo de voltar. E me sinto agradecida demais! 
Navegamos ao lado do barco com a Santa e as flores azuis. 
Oferecemos cravos q foram trocados por flores azuis que estavam aos pés da Santa. 
Flor que acabei de colocar no meu altar.

Minha pele ainda está arrepiada! Quando foi que nos desligamos assim do Sagrado? 
Quando foi que passamos a recorrer ao Sagrado somente quando precisamos de algo? 
Quando foi que viramos "pedichões" do Sagrado? 
Quando foi que esquecemos de ser gratos, mas gratos de verdade! 
Sim, porque proferir palavras sem senti-las não significa ser grato.

Reverenciar o Sagrado significa dedicar algum tempo da nossa vida corrida para ele. 
Para meditar. Para cultivar o silêncio. 
Para agradecer e conectar-se com o sentido maior dessa nossa estada na Terra.
Para ajudar aqueles que precisam.
E ajudar não é dar grana. 
Ajudar é dedicar um pouco da nossa alma.
É sair do nosso "reinadozinho" (pequena família de sangue, amigos, clube).
É doar-se. 
É entender/sentir recados como este que recebemos na sexta-feira (29/janeiro/2016) aqui no Paralelo 30/ Meridiano 51.

Ao voltar da procissão fluvial peguei propositalmente o ônibus que passa pela Redenção. 
E minha alma só conseguia pedir perdão. Cada árvore caída que eu vi parecia querer falar mais fundo com a minha alma.
Perdão pelos banhos demasiados longos que tomei; pela água excessiva gasta em limpeza exagerada (casa, roupas, carros); pelo lixo demasiado que gerei consumindo produtos industrializados; pela energia que consumi em vão - seja ela na forma de energia elétrica, combustíveis, etc.
Perdão!

Até hoje usava o slogan #vidanadamedeves #vidaestamosempaz nos momentos de profunda gratidão e conexão com o Sagrado.
Mas senti hoje que eu é quem devo para vida/natureza. Perdão!

Somos luz e sombra. 
Que saibamos reconhecer nossa sombra e aprendamos a navegar entre o Sagrado e o Profano de uma forma mais verdadeira.
Viver a Verdade. 
Que deixemos de ser espectadores e nos tornemos agentes do serviço planetário.

Salve Iemanjá! Salve Nossa Senhora dos Navegantes!