segunda-feira, 7 de junho de 2021

#Ano2#Dia83 De repente vacinada...

 De repente vacinada... 

Uma emoção muito grande me invade... 

Uma crença na vida, uma força inexplicável que vem lá das entranhas...
Alegria. Gratidão. 
Certeza de que tenho muito a servir!
Tudo muito visceral.

Já nem consigo lembrar de quando sofríamos acompanhando o desenvolvimento e testes das vacinas enquanto tantas pessoas morriam. Também quase não lembro de quando, há 6 meses, a primeira pessoa foi vacinada na Europa. 
Nem da primeira vacina no Brasil em janeiro. 

Paciência. A vida é tão rara.

Já são 3,7 milhões de mortes no mundo (das quais quase 1/2 milhão no Brasil; 29 mil no Rio Grande do Sul; 4.826 em Porto Alegre).
Incluindo a Ana Salete, a Vera, o Nestor, o Sérgio, o Carlos, o Gui, o Paulo... 
Sim, esses números têm nomes. 
Têm lembranças. Têm História. Têm sentimento. Têm luto. Têm fogo aceso. 
Têm mirra plantada.Têm oração em alto-mar. Têm lágrimas derramadas. 
Têm meditação. Têm um pouco de revolta. 
Muito aprendizado. 
Muito sofrimento. 

Além daqueles que contraíram, sofreram...; mas sobreviveram!
Esses são tantos que não tem como nomear individualmente aqui. 
Em números: 173 milhões no mundo (dos quais quase 17 milhões no Brasil; 1,1 milhão no RS; 125 mil em Porto Alegre).

Sigamos com todos os cuidados! 
Mas especialmente com força e fé.
Fé num mundo não binário. Num mundo mais humano.
Força no servir! Com afeto. Com delicadeza.

Não tenho como não elogiar o SUS! 
Agradeci hoje a tod@s e cada um@ d@s funcionári@s do Posto IAPI!
#vivaosus

Que todos os seres possam ser beneficiados!
#Vacinaparatodos
#SomosTodosUm
#sóagradecer
#vacinaboaévacinanobraço

domingo, 9 de agosto de 2020

Dia dos Pais #dia146

Dia dos Pais sempre foi um dia difícil pra mim... Meu Pai fez a Passagem quando eu tinha 9 meses... Cresci com  minha mãe sendo Pai e Mãe.  Por muitos anos sofri muito nesse dia. Mas hoje vejo que era preciso viver o luto. Era preciso entender visceralmente que cada um tem seu destino aqui nessa nossa breve passagem pela Terra. Que vamos além disso e que tudo é aprendizado. Se assim foi, era exatamente isso que eu tinha que viver. E sou só Gratidão por cada segundo que vivi/vivo/viverei.

Viemos a esse mundo para cumprir uma Missão. E a cada dia nos fortalecemos nessa direção. Se assim não o fizermos, nossa estada aqui terá sido em vão. Terá sido Fake. Tá, sei que tem muita gente que não gosta que se use termos na língua inglesa...  Mas alguns idiomas representam melhor que outros algumas coisas...  Como reproduzir, por exemplo, SAUDADE, em outros idiomas? Nenhum diz exatamente o que a palavra SAUDADE representa pra mim. Talvez por ter crescido vivendo essa Saudade que tanto doeu sempre em mim do meu pai...  ele virou um mito! Aquela pessoa amorosa, carinhosa, sempre rindo, cuidando e ajudando todos...  Lembro de um colega dele que disse nunca esquecer que as visitas de Domingo aos pacientes no hospital (ele era médico-cirurgião) ele fazia comigo no colo e o Vani de mãos-dadas... Mito? Impossível? Nem importa... A imagem me alegra e sempre me serviu de modelo.  Sempre cabe mais um quando existe amor. Somos pessoas normais e ele foi um puta-Pai. Puro Amor. O que mais importa?  E sempre recorri a ele nos momentos importantes da minha vida. Ele sempre estava lá. 

A morte nunca me apavorou e sempre fez parte da minha vida. Nunca me separou de ninguém. Hoje a Saudade doída se transformou numa Saudade leve. Numa Saudade amorosa. Numa Saudade intensa. Numa Saudade presente!

Mas ele deixou vários Pais para mim ao longo da vida... 
E eu soube aproveitar e viver intensamente cada um deles. E sou só Gratidão por cada um.  Não terei como citar todos pois seria injusta e certamente deixaria alguns de fora. Mas este é o primeiro Dia dos Pais sem os 2 mais importantes: minha mãe e meu irmão. Ambos faleceram ano passado. E aonde quer que estejam quero manifestar minha eterna gratidão a vocês 3: Cylon Lothário, Vanise e Vânisson Gerstner. Vocês foram a base da minha vida. E desde pequena sempre estiveram lá para me dar a mão.

Meus "pais em exercício" foram meus avôs Lothário e Willy. E assim agradeço e honro vocês:
Meu Vô Lothário me encaminhou no caminho da dança que hoje faz parte do meu dia-a-dia (como teria sobrevivido à essas Quarentenas - sim, já estamos  na quarta! - sem a música e  a dança por janelinhas?):
Meu Vô Willy me ensinou a fazer meu primeiro imposto de renda, era um baita parceiro nas férias em Gramado ( na lida com as plantas, no chimarrão, no jogo de cartas, nos passeios pelas florestas) e me visitava onde quer que eu fosse:
E claro, os Pais adotados (tios, professores, sogros, mestres, colegas, chefes, primos, amigos...). Todos aqui representados pelos meus sogros Carlos e Lothar:
Fica assim minha homenagem a todos vocês que honraram/honram/honrarão a Missão de ser Pai. 
Missão nada fácil nesses tempos de empoderamento feminino.
A chave de uma humanidade mais afetuosa está na União Sagrada entre o Masculino e o Feminino.
Honro todos aqueles Pais que conseguiram/conseguem/conseguirão vivenciar isso.
E também os que, dentro do que puderam/podem/poderão, tentaram/tentam/tentarão o seu melhor.
Não existem Limiares de Tempo e Espaço.

E encerro homenageando o Pai dos meus filhos. 
Mauro: Nada no mundo conseguirá expressar minha Gratidão! 



domingo, 12 de julho de 2020

Alguém cantando longe... #dia118

E hoje ficou pronto nosso vídeo em janelinhas do grupo Las Cantantes. Uma lindeza!!!!
Atualmente 7 mulheres. Algumas se foram. Outras vieram. Tudo justo e correto. Assim como a vida. Também nossa Maestra Glória que se foi para o mestrado na Itália fazem 2 anos (ou seriam 3?). De qualquer forma tivemos um momento difícil. Éramos pura sintonia. A escolha de um@ nov@ Maestr@. E o Universo nos mandou outro presente: o Roger. Coisa fofa! Com aquele jeitinho tímido foi largado no meio de 8 mulheres. E que mulheres! Nossa! Não sei como conseguimos juntar tanta mulher FODA junto! uahsuahuhsuahuhausuahsuh É claro que isso as vezes é problemático... Todas cheias de idéias e criatividade! Imagina a paciência para acomodar tudo isso? E o pior é que com o tal do WhatsApp isso não se resumia apenas aos ensaios semanais nas quintas-feiras... Tínhamos idéias e músicas e arranjos e inserção de mantras e solos e duetos e instrumentos... pelo Whats! Somos todas tão participativas que eu tentei (vejam bem, tentei... exercitar o silêncio...). Uma a menos para opinar... Só bato pé às vezes, quando é maior que eu... auhsuhaushauhushuhh

Subimos no youtube e começamos as tratativas: fazemos ou não uma "premiére" no youtube. Uma live no insta? IGTV? 
Eta que esse mundo digital tá facilitado né?
Fico pensando no tanto que eu dancei pelo Zoom, fiz Yoga, aprendi piano, cancelei eventos, MovieYoga, YogaDance, "terapiei" (individual e grupo), botequiei (aliás, Boteco Janelinhas merece um artigo...), assisti Lives, enfim... minha vida em janelinhas... (outro artigo?)

Fico pensando como seriam essas Quarentenas (quase terminando a terceira! 3x40 = 120) sem o mundo online. 
E me remeto ao início da Internet, 25 anos atrás (quando nasceu minha filha). 
Lembro que voltei da licença maternidade... e tinha acontecido a internet! Aquele barulhinho da conexão discada... Na real o barulhinho da conexão discada me remete ao tempo da faculdade quando usávamos cartão perfurado no B6700 (Burroughs, mainframe). Foram 32 anos de informática. Talvez o que eu mais ame na informática é que ela não para de inventar. Nada dura. Nem bem lançávamos um produto já vinha outro. Também lembro quando lançamos as primeiras notícias por SMS... Até gols dos times de futebol. E o Sonora... Ah o Sonora... Tenho um carinho especial por essa plataforma de distribuição de música (hoje dominada pelo Spotify). Acho que porque amo música, mas muito pelas pessoas com quem trabalhei para esse produto. Bah, quanta gente legal! Lá em Sampa! Por muito tempo tive bronca com paulistas ( talvez porque elas me ganhavam na natação? mas isso também é uma outra história...) 

#focoLonise 
Tá difícil focar nessas Quarentenas. Aprendi a viver um dia de cada vez. Sem planos. Apenas seguindo o fluxo. E o pior é que achava que já estava vivendo assim... Mas a pandemia veio me mostrar que sim, temos que nos entregar ainda mais ao coração. Ao acordar, apreciar o novo dia que se apresenta, agradecer, meditar. Tomar o chimarrão com gratidão. Pensar no que comeremos no dia, se necessário colocar algo de molho. Yoga. Horários de trabalho. Almoço. Mais trabalho. E à noite lives, boteco Janelinhas, música, dança.

O que seria de nós sem a música/dança/escrita? 
Porque na correria antes da pandemia nos permitíamos tão pouco tempo às artes em geral?
Aliás, como é bonito ver como cada um agora se dedica às suas artes prediletas...
Quanta gente escrevendo, cantando, tocando, dançando, cozinhando (sim, a culinária é uma arte!)...
Essas são minhas favoritas... 
Mas têm muita gente plantando, desenhando, pintando, fazendo escultura, cerâmica, fazendo filmes, fotografando, ensinando, etc.

Talvez o mais importante aprendizado (ou seria cuidado?) é que não podemos nos esquecer nunca de criar.  Com o excesso de ofertas que estamos vivendo é muito fácil virarmos apenas consumidores da arte. Tipo só ouvir/ver/comer/aprender....

Criar é o que nos move. Criar é preciso.
Cada um@ da sua maneira. Nas suas preferências.

Essa saiu do forno hoje e sou só Gratidão ao processo que vivemos para chegar até aqui.
Tantos aprendizados, tanta vida, tanto amor, tanto afeto, tanta compaixão.

E hoje dedico essa compaixão aos nossos desabrigados gaúchos (pelas águas). 
( o luto coletivo do COVID já nem menciono mais, pois já faz parte do meu ser )

Sejamos luz nesse mundo onde não há pecado nem perdão!

Clica aqui para ouvir: https://youtu.be/i66FwcTeZZI



domingo, 24 de maio de 2020

#dia69 CoronaSutra

#dia44 (ou #dia4 da segunda Quarentena)
Com que facilidade a gente se entrega aos termos que "pegam"... Iniciei a primeira Quarentena debatendo o termo errado... E agora até chamo de segunda Quarentena... Não vale a pena a se rebelar. Ahhhh Mestra Corona... Nunca pensei que conseguiria "sublimar" (= não dar bola sem me incomodar) tanta coisa. Como a gente perdeu tempo nessa vida... Bater boca por bobagem? A vida é tão rara 🎼(né, Lenine?) pra isso... 
Mas hoje quero escrever sobre sexo. Tenho escutado muitas histórias. 
Acho que a primeira referência veio por WhatsApp com o CoronaSutra:


#dia69 (ou #dia29 da segunda Quarentena)
Nooossa... Comecei o assunto no #dia44...  Seria mais difícil falar sobre Sexo do que sobre Morte na nossa sociedade?  Falo de Sexo, não das piadinhas que gostamos de fazer sobre o assunto. Sexo inclui nudez. Uma nudez liiinda que vai muito além do corpo.
Se despir de todo o condicionamento que nos foi imposto. Se despir do que somos. Nossos títulos, feitos, história. Aquela nudez que experienciamos no Mar quando a sensação de perfeita liberdade e harmonia com a natureza nos invade. Se entregar de corpo e alma.

Ah... Vênus chega a brilhar mais forte.

Aquele encontro alquímico que inicia pelo olhar mas que a gente não consegue explicar. É mais forte que tudo: uma verdadeira união do Sagrado com o Profano.
O fogo começa pelo olhar, mas logo vai crescendo.  Cada toque é como o vento soprando aquela fogueira. Cada beijo como uma onda do mar... Mãos e bocas percorrendo os corpos, pernas se entrelaçando e o fogo crescendo por dentro até o momento da entrega total. Morte. Sensação de um vulcão em erupção. Renascimento.

E como dar vazão à tudo isso... em Quarentena? Quais as alternativas? Dá para sublimar? Sim, porque a masturbação vai só enganando... 
Ouvi tanta coisa linda nessa Quarentena... 
Assistir filmes e séries juntos (mesmo a distância) comentando.
Trocar músicas. Encontros por vídeo. Exercícios. Dança. Yoga. 
E até "Lives privê". Não confundam os conceitos. Isso é quando alguém toca ou canta legal, mas não profissionalmente e faz uma Live só pra ti. 
Top de linha da troca de afetos durante as Quarentenas, na minha opinião. Sim, precisa muita intimidade para tocar/cantar para alguém por videoconferência.
Será que esse companheirismo substitui? São coisas diferentes? Complementares?
Gente... Coloquei agora "sexo casual" no google... Sabem o que descobri? 
Existe um aplicativo chamado DOWN que é tipo o Tinder mas com o foco exclusivo no sexo casual.

Claro, também ouvi daquelas entregas só de corpo com fotos/vídeos e sussurros. 
Aliás, numa das sessões de MovieYoga que faço com o GTT (Grof Transpersonal Training) o debate era sobre o filme HER (=ELA). 
A cena de sexo dele com o OS (=Sistema Operacional) foi algo incrível... 
E olha que eu trabalhei mais de 30 anos com computadores! 
E pior, o filme não foi feito nas Quarentenas... (ou seja, não era falta de opção)
Até agora tô me cobrando se tudo isso não passa de preconceito meu... Sei lá... 
Você conseguiria gozar com um OS?  Mas, enfim, tem gente gozando - através do OS - com suas parcerias durante a Quarentena.  Um de cada lado e um OS no meio. 
Porque aí faz um pouco mais de sentido?  Porque 2 humanos com OS no meio do caminho parece menos estranho que um humano com um OS?

Enfim, muitos se perguntam se existe transmissão do Coronavirus durante o sexo: 
"Não existe presença do vírus no sêmen ou na secreção vaginal, mas a transmissão ocorre através da proximidade física. Portanto, a  recomendação é evitar o encontro com parceiros que não morem na mesma residência. Por outro lado, para parceiros que estão realizando a quarentena juntos, não há perigo."

E agora José? Ah... quantas indecisões...
Aquela saudade, vontade de encontrar @ amante. 
Nooossa... Resolvi olhar no google o significado da palavra amante... 
Amante pra mim é alguém que ama. Sou uma amante dos Mares, por exemplo. 
Simplesmente amo. Amor Incondicional. 
Me energizo, me sintonizo, morro, renasço, me entrego, confio.
Então, para deixar claro, chamarei aqui de Amante todas parcerias sexuais de todas as formas possíveis e imagináveis, incluindo namorad@s.
Pois o Amor nada tem a ver com contratos sociais.

Será que posso confiar? E se @ Amante se descuidou no supermercado ou na farmácia e está com o Corona?  Será que consigo me manter fiel às posições do CoronaSutra? Nem um beijo, nem um abraço? Sem cheirar? Dá para sentir o cheiro com 1,5m de distância? O mais profundo é a pele.

Muitos perguntando se o sexo está na lista dos "essenciais"... 
Quantas interpretações possíveis numa só pergunta... 
Se os motéis fecharam? Não, não fecharam. 
Se vale o risco ? Quem sou eu para responder...

Sei que Mestra Corona veio nos ensinar a seguir o coração... 
Qual o limite entre a sanidade mental/emocional e uma caminhada na rua 3 vezes por semana? 
Ou um encontro fortuito com @ Amante? 
Ou uma prática esportiva (com restrições) em um Clube/Academia?
Quantas Quarentenas teremos? 
Sim, porque já estamos caminhando a passos largos para a terceira...
E os clubes/academias que abriram com restrições. Vou ou não vou? 
Ah meu/minha car@ : segue teu coração!
É essencial?

Nesses tempos de Corona, Terapeutas viraram uma espécie de Mãe.
Num país sem Liderança confiável, perdemos o nosso senso de liberdade.
Ninguém sabe como agir. 
Qual o limite entre a Lei (o que é permitido) e aquilo que faz sentido, que é solidário, que o coração grita?

❤ É tempo de escutar o coração. ❤








quarta-feira, 13 de maio de 2020

Pret@ Velh@

Buenas, como amante do novo e das primeiras vezes (porque alguns insistem em associar só ao sexo? ... mas isso é assunto para outro artigo/desabafo) me sinto muito feliz em ter sobrevivido à minha primeira Quarentena… hum… primeira Quarentena desse porte, é claro. Já tive duas dos filhos. Mas nessa Quarentena o desafio não é a Quarentena em si, mas o luto coletivo que vivemos não só no nosso país, mas no planeta todo. No momento que escrevo essas linhas temos 12.400 mortos da gripezinha no Brasil (só ontem foram 881). No mundo são 295.323. Nunca vivi algo parecido. Nem tão próximo. Nem tão planetário. Nem tão invisível. Nem tão dolorido.

Esses dias uma pessoa me perguntava: "O que eu faço? Acredito no Presidente ou fico em casa?" Sim, além de todo esse luto coletivo ainda travamos uma luta política por aqui. E ainda temos a questão econômica.
Claro que tem as conquistas também. Que delícia olhar para o céu à noite e ver as estrelas todas brilhando intensamente… Que delícia cheirar o ar menos poluído e ver o horizonte com uma nitidez que não vía há muitos anos... Que delícia receber os inúmeros vídeos dos animais lindos, leves e soltos! Ah… fiz minhas orações e penitência pela Cocota que tive dentro de uma gaiola… Que prepotência, né? Lembro inclusive que ela veio com a asa cortada para não poder voar… E fiquei pensando que quem prende animais - seja em gaiolas, aquários, cativeiros ou até em minúsculos apartamentos o dia inteiro sozinhos para balançar o rabo quando seus donos chegam a noite… "Quem nunca?" - nunca parou de verdade para pensar nisso... Que quando tudo isso terminar a gente sinta visceralmente o que significa Somos Todos Um. Que a gente possa olhar para os Seres que prendemos, conectar os corações e sentir se eles estão/são realmente livres. Afinal, agora aprendemos o real significado da palavra liberdade. Claro que vale para todos os Seres, incluindo os humanos que mantemos em cativeiro também. Ou alguém acha que não existem ainda humanos em cativeiro? Alguns mais, outros menos explícitos. O poder econômico… Quantas pessoas presas, literalmente presas, a outras por não serem livres. Auto prisão. O poder emocional… As justificativas: ah, el@ precisa de mim, ah, el@ não vive sem mim, ah, eu não vivo sem el@, ah, eu preciso del@...
Se Mestra Corona nos ensinar o Amor Incondicional, já vai ter valido a pena. (em tempos de ódio pelas redes sociais preciso logo deixar claro: excluindo o luto coletivo, pois esse já é inevitável e foge das minhas/nossas mãos, me/nos basta orar/meditar/aconselhar os incertos/ajudar quem e como pudermos). 
Aprendamos a agradecer noss@ mãe/pai quando é o Dia del@s, ao invés de nos auto-exaltarmos (Quem nunca?). Honrar os que vieram antes. Aprendamos a agradecer a oportunidade da nossa caminhada ao invés de reclamar pelo momento de Quarentena. Uma tempestade com barcos diferentes sim. Mas tenham a certeza que o Sagrado Mistério colocou cada um lá onde ele tinha algo a aprender/oferecer. A Solidariedade acima do Eu.
Chega desse amor toma-lá-dá-cá. Te dou comida, tu balança o rabo. Não te dou comida, não balança o rabo. Amamos de verdade nossas parcerias? Fazemos aquilo que faz nosso coração palpitar? Estamos cumprindo nossa missão na Terra? Quais são os nossos reais talentos? Eles estão à Serviço Planetário? 
Aproveitemos o tempo que nos resta de Quarentena (será q vamos para terceira?) para olharmos para nós. Sentir: onde estamos, para onde queremos ir? Já fiz meu "Plano de Final de Vida"? Sim, todos vamos morrer, mesmo que não seja de Corona. Quais as áreas que quero/sinto/tenho ainda que investir? Intelectual, Financeira, Carreira, Saúde, Espiritual, Hobbies, Relacionamentos, Propósito/Legados. 
Aproveite! Faça o seu. Medite. Encontre o Silêncio. 
Olhe para o filme da sua vida. Até aqui… e além…
(lembrei do Buzz LightYear: To Infinity… and Beyond!)

Hoje  minha Kombucha (probiótico) estourou e quebrou uma  garrafa de vidro grossa/forte.
O poder da fermentação.
Fermente sua Alma, liberte-se e espalhe Amor Incondicional.
Você pode! Você consegue!

Dia d@ Pret@ Velh@

quarta-feira, 22 de abril de 2020

Precisamos falar sobre a Morte

#dia35
Nessa semana que passou morreu a mãe de uma amiga, depois o pai de outra amiga, depois a vizinha e depois o pai de uma amiga-Sense. Pasmem: nenhuma morte por Corona. Mas as restrições são as mesmas. Ou seja, sem velório. Sem cerimônia. Sem ver @ falecid@. Caixão fechado. Apenas um mini-velório. Dependendo do local são permitidos até 5-7 pessoas por pouco tempo. Mantendo o distanciamento, é claro. E isso não é uma crítica às autoridades que assim definiram. Estamos em guerra. Temos que agir assim. Tá tudo certo. 

Mas dói igual. A dor  das pessoas sem direito a se despedir dos entes queridos talvez seja a que mais me doa. Como são importantes esses Ritos. 
Processos tem início, meio e fim. E todas as etapas são importantes. Não poder se despedir adequadamente dói. Dói muuuuuito. 
Os esforços que mais uma vez o pessoal da área da saúde tem feito para levar/trazer vídeos de despedida dos pacientes de Covid-19 para os que estão morrendo. 
As mensagens: por olhares, por vídeos, por áudios. Quantos pacientes ficam incomunicáveis por dias, semanas... Desde que entram para UTI.
Uma separação de corpos não é uma coisa que estejamos acostumados.
Novamente me vêm as lembranças da minha mãe que morreu no ano passado.
Passamos 23 dias grudadas no hospital.
Lembro, sinto e vivo com muito amor todas as noites e dias que passamos juntas.
As refeições dadas na boca. Os banhos... Ai, os banhos... Quanto amor envolvido...
Lembro de quando ela morreu. Lembro da seleção da roupa para ser enterrada.
O batom, a sobrancelha, o cafuné no cabeça. 
O tempão que passei e que muitos passaram de mãos dadas com ela, já morta, no caixão. 
Aberto. Liiiiinda. Cheia de flores.
Que Ritos importantes. Que despedida em bocados.
Bocados de afeto, de ternura, de saudades, de alegria, de tristeza, de vida, de morte.
Cada pessoa que chegou e me/nos abraçou. 
Cada lágrima derramada conjuntamente.
Mesma coisa para despedida do meu irmão. Que esteve mais tempo doente, mas em casa. As refeições que fiz para ele. As refeições conjuntas com toda família. A Páscoa, meu aniversário do ano passado. As séries no Netflix que vimos juntos... A atualização dos contatos dele no iphone. Levou dias. Sobre cada um tínhamos uma história para compartilhar. Os brindes com cidra de maçã (sem álcool). Ele amava! Ficava feliz como criancinha... Quanto amor, quantas mini-despedidas. Algumas pessoas acham que a morte-súbita é mais fácil. Mas não sinto assim. Sinto que o luto "aos pouquinhos" é mais "tranquilo". Sei que a palavra "tranquilo" pode soar estranha, mas se despedir aos pouquinhos é mais... "suportável". Conseguimos elaborar e incorporar aquela partida aos pouquinhos.
Nessa guerra não estamos conseguindo nos despedir adequadamente dos nossos mortos. 
Nem apoiar noss@s amig@s adequadamente.
E isso dói muuuuuito!!! 
Toda minha empatia, solidariedade àqueles que não estão conseguindo se despedir!

Ando sugerindo ZoomVelório, ZoomEnterro, ZoomTrago...
Ah... Como lembro do trago que tomei com minha família e amigos-Senses no dia que a mãe foi enterrada.
Bebemos, comemos, cantamos, choramos, nos abraçamos, ... extravasamos...
Luto vivenciado em grupo é mais fácil sim...
Ritos de Passagem.

#dia36 Feriado Tiradentes
A conversa do dia foi sobre a validade (ou não) de ser um feriado...
ZoomYoga relaxante. Lasanha de Abobrinha maravilhosa. Livro Fogo Interior do Castaneda. 
Filme Contágio com as gurias. De 2011. Morcegos.
Live do Nando Reis absolutamente sensível, doce, puro afeto. Era como se ele estivesse comigo, quase senti um cafuné físico... Ai como amo cafuné!
Vou morrer de saudades dessas Lives quando tudo isso acabar.
Ah, caso alguém ainda não tenha o site que mostra as Lives do dia, segue: https://lives.mus.br

#dia37
Recebi por WhatsApp no grupo das Doulas da Morte as 5 fases do luto de Elisabeth Kubler-Ross aplicadas aos vírus (desses sem identificação do autor):
1) Negação: o vírus não existe! é invenção da midia. é só uma gripezinha..
2) Raiva: que m... de virus! malditos chineses! Culpa do PT! Culpa do Bolsonaro!
3) Depressāo: crise economica sem precedentes, milhares de pessoas morrendo todos os dias; o mundo entrará em colapso. O que será de nós??
4) Barganha: quem sabe se eu sair de máscara e tomar todos cuidados eu consiga sobreviver?
5) Aceitação: a epidemia existe e é real. Tem tomado proporções assustadoras em algumas regiões do mundo (NY, algumas regiões da Italia e Espanha..) enquanto outros locais foram e serāo muito pouco afetados. Precisamos tomar todos cuidados possíveis e seguir a vida, com a esperança que em breve algum tratamento eficaz ou prevenção estejam amplamente disponíveis.

E a foto do enterro-conjunto em Manaus começou a circular... e logo em seguida vários WhatsApp-negações da foto, que seria montagem... (será que ainda tem gente na fase 1?)

Plano do governador apresentado nas mídias para uma liberação gradual de alguns serviços...
Fotos de gaúchos amontoados na beira do Guaíba compartilhando chimarrão e sem respeitar a distância recomendada...
É na adversidade que o Guerreiro mostra sua impecabilidade.
#forçanaperuca #ficaemcasa

E para quem quer começar a ouvir e refletir sobre a morte, recomendo dois eventos: 

Live da AmortSer sexta as 18h (todas as sextas com convidado diferente):    https://www.instagram.com/amortser_contato/?r=nametag

Death café Porto Alegre online sábado das 15h-16h: Link: https://hangouts.google.com/call/O-mo7hGK7uvZ_-7I-EWmAEEE
(maiores detalhes na pagina do face: Death Café Porto Alegre)

#precisamosfalarsobreamorte



quarta-feira, 15 de abril de 2020

Quarentena #dia30

#dia27 Pessach = Passagem = Deusa Ostara

#dia 28

Quatro semanas. 4x7 = 28. Fico aqui pensando se depois que passarmos do #dia40 as pessoas seguirão chamando de Quarentena ao invés de Distanciamento Social. E acho que sim. É mais querido, mais familiar, mais íntimo, mais mágico. Quantas histórias sobre quantas Quarentenas... Quem conhece histórias sobre Distanciamento Social?  Acho que vou capitular e passar a chamar de Quarentena... Mas Quatro também é um número mágico: 4 direções, 4 estações, 4 elementos, ...
Quatro semanas: já vivenciamos todas as fases da Lua. Noooossa... o q foi aquela super lua cheia? Uau... 

Ao final desse ciclo completo da Lua, iniciamos outro. 
E a maior pergunta é: quantos mais?
Quanto tempo mais de Quarentena?
Quando tudo isso vai acabar?
A angústia de se viver sem fazer planos. 
É diferente quando entras numa Quarentena: são apenas e EXATOS 40 dias.
Nós não sabemos quanto tempo tudo isso vai durar.
Não podemos fazer planos.
Como disse um amigo esses dias (via Zoom, é claro): não dá para fazer como quando nadamos as travessias... Sabemos o número de bóias, então à medida que elas vão passando vamos começando a contar quantas ainda faltam. É uma forma de auto-motivação. Se a travessia é de 4km, por exemplo, ao passar pela bóia que indica 2km começamos a pensar: "puxa, já foi metade!".  Agora faltam 2km. Depois 1,5km. 1km. 500m. Chegamos!
Mas não podemos fazer planos durante essa Travessia. Digo, Pandemia. Qual é mesmo a diferença?

E este é exatamente o grande aprendizado: não fazer planos!
Render-se. Entregar-se ao fluxo do Universo. Solidariamente contribuirmos para o todo. #ficaremcasa
Simples assim. E como foi difícil para as pessoas entenderem que não se tratava delas não se contaminarem...
Ai como estamos acostumados a viver para nós.
A não sentir o Todo. A não sermos Um.

O movimento inicial foram os cancelamentos: de trabalhos, viagens, passagens, eventos.
Infinitas possibilidades: uns remarcando, outros cancelando, outros esperando ainda para ver se vai dar para manter ou não.
Toda função de devolução do dinheiro pago.
A solidariedade daqueles que podem de alguma forma contribuir com aqueles que não podem nem comer se tudo for cancelado.
Somos Todos Um.
Ah... Mestra Corona não brinca em serviço!

E aqueles que precisam do seu trabalho diário para comer? Movimentos solidários de todos os lados.
Quanta gente ajudando, sentindo, nas entranhas, que - mesmo que não estejamos no mesmo barco - estamos no mesmo planeta.
Compartilhamos os mesmos oceanos. O mesmo ar. Sim, essa travessia veio pelo ar.
Sim, os barcos são diferentes. Uns maiores, outros menores... 
Mas comicamente esse vírus foi trazido pelos viajantes, ou seja, pelos de maior poder aquisitivo.
Quantos ensinamentos.
E o aprendizado das possibilidades on-line? Quantos atendimentos, aniversários, reuniões e trabalhos on-line antes considerados impossíveis?
E quantos não conseguiram se render ao mundo on-line?  Ou não quiseram. Ou não puderam.


#dia29 Foi o dia mais profundo. Primeiro aniversário da minha mãe sem ela. Seria sofrido mesmo sem a Quarentena. Amanheci chorando. Meditei. Chorei. Fiz uma playlist e enviei para um amigo. Minhas lágrimas desaguavam no Oceano. Djavan. Uma livre associação de sentimentos e músicas. Coisa linda. Tudo no meu Spotify, que agora assino (porque demorei tanto?) ! Encontrei a filhota cedinho na cozinha... e esqueci que de manhã cedo ela não é chegada a papos... Tento evitá-la pela manhã. Mas fiquei por perto e levei puteada por bobagem (local das coisas no balcão da cozinha). Puteadas que só relações íntimas permitem. Amor disfarçado. Profundidade. Chorei mais ainda. Saí. Fui para o mezanino. Chorei pelos 28 dias q não havia chorado. Me lavei de tanto chorar. Coisa boa. Agradeci pelo choro. Quase não fiz a aula (por Zoom) de Yoga, mas me encorajei: tirei o pijama e avisei de cara ao profe a razão daqueles olhos vermelhos. E foi bom. Ah a Yoga... mais uma re-conquista da Quarentena. Desde que minha profe se mudou que eu estava sem praticar... Como pude ser tão desleixada? Mesmo sabendo o bem que me faz?  À tarde fiz um pudim de laranja. Brindamos com champagne com  Holunderblüten Sirup (Xarope de Sabugueiro) que a Lolô nos deu de presente na Alemanha. Assistimos o filme A vida no Paraíso. RECOMENDO e agradeço minha amiga Lu que deixou na minha portaria numa das saídas dela (não achei online... re-experienciei um DVD) Ah... a música... o cantar.. o dançar... Já tinha assistido na formação do TEAC (Terapia com Estados Ampliados de Consciência). Como foi diferente dessa vez. Como amei mais, me entreguei mais, senti mais.... Noooossa! Como sou outra pessoa em tão poucos anos.... #sóagradecer Jornadas de Autoconhecimento... Quero morrer fazendo-as... Ser quem realmente somos. Simples assim. Fluir com o Universo. Ele sempre nos mostra os caminhos. Senti minha mãe bem e tranquila. Pensei como estaria sendo esta Quarentena para ela. Comecei a arrumação de roupas dela... Ainda com seu cheiro. Chorar. Desabar. Celebrar! Sim mãe, foi ótimo estar contigo nesse teu niver. Tão profundo. Tão chorado. Tão vivido. Te amo. 4ever.


#dia30

Vento forte, intenso. 
Nenhuma lágrima. 
Me dei conta de que NUNCA na minha vida eu havia ficado 30 dias em casa. 
Amo primeiras vezes. 
Que seja intenso.


 #umdiadecadavez