quarta-feira, 15 de abril de 2020

Quarentena #dia30

#dia27 Pessach = Passagem = Deusa Ostara

#dia 28

Quatro semanas. 4x7 = 28. Fico aqui pensando se depois que passarmos do #dia40 as pessoas seguirão chamando de Quarentena ao invés de Distanciamento Social. E acho que sim. É mais querido, mais familiar, mais íntimo, mais mágico. Quantas histórias sobre quantas Quarentenas... Quem conhece histórias sobre Distanciamento Social?  Acho que vou capitular e passar a chamar de Quarentena... Mas Quatro também é um número mágico: 4 direções, 4 estações, 4 elementos, ...
Quatro semanas: já vivenciamos todas as fases da Lua. Noooossa... o q foi aquela super lua cheia? Uau... 

Ao final desse ciclo completo da Lua, iniciamos outro. 
E a maior pergunta é: quantos mais?
Quanto tempo mais de Quarentena?
Quando tudo isso vai acabar?
A angústia de se viver sem fazer planos. 
É diferente quando entras numa Quarentena: são apenas e EXATOS 40 dias.
Nós não sabemos quanto tempo tudo isso vai durar.
Não podemos fazer planos.
Como disse um amigo esses dias (via Zoom, é claro): não dá para fazer como quando nadamos as travessias... Sabemos o número de bóias, então à medida que elas vão passando vamos começando a contar quantas ainda faltam. É uma forma de auto-motivação. Se a travessia é de 4km, por exemplo, ao passar pela bóia que indica 2km começamos a pensar: "puxa, já foi metade!".  Agora faltam 2km. Depois 1,5km. 1km. 500m. Chegamos!
Mas não podemos fazer planos durante essa Travessia. Digo, Pandemia. Qual é mesmo a diferença?

E este é exatamente o grande aprendizado: não fazer planos!
Render-se. Entregar-se ao fluxo do Universo. Solidariamente contribuirmos para o todo. #ficaremcasa
Simples assim. E como foi difícil para as pessoas entenderem que não se tratava delas não se contaminarem...
Ai como estamos acostumados a viver para nós.
A não sentir o Todo. A não sermos Um.

O movimento inicial foram os cancelamentos: de trabalhos, viagens, passagens, eventos.
Infinitas possibilidades: uns remarcando, outros cancelando, outros esperando ainda para ver se vai dar para manter ou não.
Toda função de devolução do dinheiro pago.
A solidariedade daqueles que podem de alguma forma contribuir com aqueles que não podem nem comer se tudo for cancelado.
Somos Todos Um.
Ah... Mestra Corona não brinca em serviço!

E aqueles que precisam do seu trabalho diário para comer? Movimentos solidários de todos os lados.
Quanta gente ajudando, sentindo, nas entranhas, que - mesmo que não estejamos no mesmo barco - estamos no mesmo planeta.
Compartilhamos os mesmos oceanos. O mesmo ar. Sim, essa travessia veio pelo ar.
Sim, os barcos são diferentes. Uns maiores, outros menores... 
Mas comicamente esse vírus foi trazido pelos viajantes, ou seja, pelos de maior poder aquisitivo.
Quantos ensinamentos.
E o aprendizado das possibilidades on-line? Quantos atendimentos, aniversários, reuniões e trabalhos on-line antes considerados impossíveis?
E quantos não conseguiram se render ao mundo on-line?  Ou não quiseram. Ou não puderam.


#dia29 Foi o dia mais profundo. Primeiro aniversário da minha mãe sem ela. Seria sofrido mesmo sem a Quarentena. Amanheci chorando. Meditei. Chorei. Fiz uma playlist e enviei para um amigo. Minhas lágrimas desaguavam no Oceano. Djavan. Uma livre associação de sentimentos e músicas. Coisa linda. Tudo no meu Spotify, que agora assino (porque demorei tanto?) ! Encontrei a filhota cedinho na cozinha... e esqueci que de manhã cedo ela não é chegada a papos... Tento evitá-la pela manhã. Mas fiquei por perto e levei puteada por bobagem (local das coisas no balcão da cozinha). Puteadas que só relações íntimas permitem. Amor disfarçado. Profundidade. Chorei mais ainda. Saí. Fui para o mezanino. Chorei pelos 28 dias q não havia chorado. Me lavei de tanto chorar. Coisa boa. Agradeci pelo choro. Quase não fiz a aula (por Zoom) de Yoga, mas me encorajei: tirei o pijama e avisei de cara ao profe a razão daqueles olhos vermelhos. E foi bom. Ah a Yoga... mais uma re-conquista da Quarentena. Desde que minha profe se mudou que eu estava sem praticar... Como pude ser tão desleixada? Mesmo sabendo o bem que me faz?  À tarde fiz um pudim de laranja. Brindamos com champagne com  Holunderblüten Sirup (Xarope de Sabugueiro) que a Lolô nos deu de presente na Alemanha. Assistimos o filme A vida no Paraíso. RECOMENDO e agradeço minha amiga Lu que deixou na minha portaria numa das saídas dela (não achei online... re-experienciei um DVD) Ah... a música... o cantar.. o dançar... Já tinha assistido na formação do TEAC (Terapia com Estados Ampliados de Consciência). Como foi diferente dessa vez. Como amei mais, me entreguei mais, senti mais.... Noooossa! Como sou outra pessoa em tão poucos anos.... #sóagradecer Jornadas de Autoconhecimento... Quero morrer fazendo-as... Ser quem realmente somos. Simples assim. Fluir com o Universo. Ele sempre nos mostra os caminhos. Senti minha mãe bem e tranquila. Pensei como estaria sendo esta Quarentena para ela. Comecei a arrumação de roupas dela... Ainda com seu cheiro. Chorar. Desabar. Celebrar! Sim mãe, foi ótimo estar contigo nesse teu niver. Tão profundo. Tão chorado. Tão vivido. Te amo. 4ever.


#dia30

Vento forte, intenso. 
Nenhuma lágrima. 
Me dei conta de que NUNCA na minha vida eu havia ficado 30 dias em casa. 
Amo primeiras vezes. 
Que seja intenso.


 #umdiadecadavez

4 comentários:

  1. Lo
    Que maravilha! Lindooo texto
    Orgulho de ser tua amiga. Te admiro demais. Bjs mis

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    1. Grata! Mas... quem é? uahsuahusauhu ( curiosa como sempre...)

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  2. Bem bonitas as reflexões, Lô. Amplas. Despojadas. E instigantes. Dá para senti-la meio que entrando em paralelo com a Lô do Paralelo. Pra decolar! Júlio.

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  3. Segundo Regresso de Saturno.... ashauhsuahuhsuahsu Beijo

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